quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

PECADINHO, PECADÃO.


Bati de frente com um pastor essa semana que me disse que Caio Fabio era um falso profeta, devido à sua história de adultério.
Bom, a Bíblia é clara em Atos, Judas, Gálatas, quando declara que o falso profeta é aquele que pratica iniqüidade. Mas o que sería iniqüidade?
Já que muitos não têm claro o conceito de peso de pecado, deixo registrado aqui que todos os pecados têm o mesmo peso e valor diante de Deus.

Iniqüidade:
Sinônimos: maldade, pecado, transgressão, injustiça.
Antônimos: justiça, retidão, bondade, equidade, equanimidade.
Palavras relacionadas: pecado, maldade, crueldade, injustiça, iniquidade.


Logo, se você, meu querido, não entendeu o que é iniqüidade pelos seus sinônimos, observe bem seus antônimos. Observou? Pois é. O iníquo é exatamente o cara contrário à justiça, retidão, bondade, etc.
Existe uma grande diferença (chega a ser gritante) entre o pecador e o iníquo. HAN? Sim, existe.
Nós todos somos pecadores. E carregamos alguns pecados de estimação. Viu só, você não é o único. Nossa natureza é pecaminosa, e por mais que busquemos santidade, olhando para Jesus Cristo, de vez em sempre damos umas escorregadas, “tipo assim” todo dia.

O iníquo vive em pecado! Não possui bondade, justiça e retidão em seu coração. É o famoso pecador consciente. Ele peca, erra e não tem o mínimo constrangimento em fazê-lo.
Lembram-se daqueles caras que iriam chegar no céu e perguntar: “Senhor, Senhor! Mas não curei em teu nome? Não expulsei demônios em teu nome?” e Deus dirá: “Apartai-vos de mim, nunca vos conheci!”.
Vemos uma coisa muito interessante. O texto não diz que Deus esqueceu, ou conheceu mas não lembra bem quem eles eram. O texto diz “… nunca vos conheci”.
Tenho minhas dúvidas, mas creio que o iníquo nunca conheceu a luz. O “nunca vos conheci” enfatiza o relacionamento com Deus. O cara viveu a vida inteira curando, profetizando, sem nunca ter sido salvo!
Isso tudo me dá mais alegria em saber que nós, os salvos, vivemos o evangelho da graça. O convertido não pode ser iníquo.

Ele erra, mas é justificado. Ele peca e tem para quem pedir perdão. Ele peca, mas tem o Espírito Santo que o incomoda horrores. Aquelas famosas dores na consciência são causadas pelo nosso amigo Espírito Santo!
Logo, vejo que, se a queda de um pastor iníquo ocorre, já era mais do que tempo, né? Caindo, ele tem novamente a chance de se erguer, arrepender-se dos maus caminhos, e seguir a Cristo. Ou simplesmente ser desmascarado.

Mas se a queda for de um pastor abençoado, cristão, que deu frutos(e quando falo frutos, falo em caráter moldado pela conversão), não passou de um pecado a mais.
Agora, POR QUÊ? Por que pastor só é afastado do púlpito por causa de adultério, caramba? Alguém já viu aqui algum pastor sair de uma igreja por causa de uma mentira? Ou de um ato de julgamento? Tudo isso faz parte de um quadro eclesiológico hipócrita do qual nós também fazemos parte.
Não achamos que uma mentirinha aqui, outra ali, sejam problema. Quer saber? A traição do pastor é igual ao meu desejo pelas mulheres que passam na rua, igual à sua mentira, e igual à omissão de outro. Perante a Deus nós somos iguais, e nossos pecados também. O problema é que elegemos uma lista de pecadinhos que podem ser praticados, e outra dos pecadões que não podem.

Caio Fábio continua dando frutos. Ele continua abençoando. E creio que ele seja um dos prejudicados pela hipocrisia evangélica brasileira. Pecou como qualquer outro pecador. Mas criamos esse maldito conceito de que pastor tem que ser perfeito.

Filipe Fernandes

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